Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior participou nas jornadas de Educação Médica e inaugurou estruturas na UAlg

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O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, visitou a Universidade do Algarve, no dia 23 de fevereiro, durante as Jornadas de Educação Médica, onde também inaugurou o Laboratório de Saúde, Envelhecimento e Cinética e a Unidade de Educação Médica. Manuel Heitor referiu que o Mestrado Integrado em Medicina da UAlg “é um exemplo a seguir”.

Durante todo o dia, as Jornadas de Educação Médica, organizadas pelo Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina, no âmbito das comemorações do 10º aniversário do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), contaram com vários oradores, oriundos de universidades de países como Canadá, Reino Unido, Chipre, Holanda, entre outros, que irão abordar temáticas da escola médica atual a nível internacional, proporcionando um debate científico e fomentando a troca de ideias.

Nas comemorações dos 10 anos do MIM, Manuel Heitor recordou que na génese deste curso esteve um grande esforço da Universidade e de todos os envolvidos, mas que já se provou que valeu a pena. “Este curso tem fortes ligações internacionais, que lhe dão uma importante credibilidade”, afirmou, realçando ainda “a sua forte ligação à região e o impacto causado pelo curso de Medicina à população quer residente, quer à que visita o Algarve. Segundo o ministro “a história destes dez anos é hoje uma referência, não só nas metodologias de ensino, mas também na forma como está a mudar o hospital, ajudando à modernização dos cuidados de saúde no Algarve, e a própria Universidade”. Segundo o governante, ficou bem patente a colaboração com a área das ciências e tecnologias, sobretudo no que toca ao digital, e na área das Ciências Sociais e Humanas. “O papel de um curso de Medicina, quando é feito com atividades de investigação e com ligação às unidades de saúde, é transformador da própria universidade e da forma de aprender e ensinar”, defendeu o ministro da tutela. Questionado sobre a desconfiança inicial que a criação deste curso originou, Manuel Heitor considera que ficou no passado e o futuro será diferente. “Hoje o ensino da medicina no Algarve pode bem mostrar que é uma referência não só na relação com a investigação e com os hospitais mas também com as outras áreas do saber.” O ministro destacou o método Problem Based Learning (PBL) utilizado neste curso, “que tem como palavra-chave o humanismo”. Na sua opinião “é necessário olhar para os doentes, para os estudantes em si e para aquilo que precisam de aprender, mas também reformular e modernizar as instituições quer universitárias, quer hospitalares”. Manuel Heitor não tem dúvidas de que o MIM da UAlg “é um exemplo a seguir”.

Isabel Palmeirim, coordenadora do MIM, faz um “balanço muitíssimo positivo destes dos 10 anos do curso, de muito trabalho, mas também sucesso”, salientando, “estamos a formar médicos com muita qualidade, em contextos pedagógicos completamente diferentes”. Ciente de que é sempre possível fazer mais e melhor, Isabel Palmeirim realçou o facto de “procurar continuamente receber um feedback tanto por parte dos estudantes, como dos médicos que os recebem durante ou depois da formação (nos hospitais ou centros de saúde), reagindo e reajustando sempre que necessário”. Recorda que “um dos objetivos deste curso é inovar e trazer para Portugal algumas das melhores práticas de Educação Médica que já existiam em outras universidades, como McMaster, no Canadá, Newcastle, no Reino Unido, Maastricht, na Holanda, e outras universidades nacionais”. Sobre os grandes desafios para o futuro, a docente continua a eleger a “formação médica descentralizada”, mas também “a formação pós-graduada e a investigação clínica”, em colaboração com outras entidades.

Inauguração do laboratório de Saúde, Envelhecimento e Cinética

No âmbito desta visita foi inaugurado o Laboratório de Saúde, Envelhecimento e Cinética do Centro de Investigação em Biomedicina, que irá promover investigação sobre o declínio funcional e as alterações músculo-esqueléticas associadas ao envelhecimento. Procurará igualmente estimular a pesquisa de abordagens terapêuticas não farmacológicas a doenças crónicas como a osteoartrose, a diabetes tipo II e a hipertensão (doenças fortemente associadas ao envelhecimento). Segundo Sandra Pais, docente da UAlg e coordenadora deste projeto, “o laboratório encontra-se igualmente empenhado em trabalhar em parceria com o Centro Hospitalar Universitário do Algarve nas áreas da medicina física e reabilitação, neurologia e ortopedia. Estabelecerá ainda parcerias com “a Administração Regional de Saúde (ARS) Algarve e com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da região na promoção do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física e do Programa Nacional para a Alimentação Saudável”. Este projeto é financiado por fundos comunitários no âmbito do programa INTERREG Espanha-Portugal, ao abrigo do qual foi adaptado e equipado o laboratório.

Inauguração da Unidade de Educação Médica

​​​​​​​Já a Unidade de Educação Médica do Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina, também inaugurada oficialmente, visa garantir mecanismos de acompanhamento ao nível do desempenho pedagógico dos docentes, mediante processos de qualidade e monitorização internos já existentes. Pretende desenvolver ferramentas e outros recursos para melhoria progressiva do processo pedagógico, promovendo a investigação em educação médica, quer ao nível da avaliação de resultados, quer através de modelação ajustada aos perfis dos intervenientes neste modelo de ensino médico. Esta Unidade oferecerá ainda um acompanhamento diferido aos médicos que já concluíram o Mestrado Integrado em Medicina (MIM) e que se baseará, essencialmente, na avaliação das taxas de retenção na região do Algarve e respetiva georreferenciação nacional por especialidade.

O ministro da tutela terminou a visita com uma reunião de trabalho no Laboratório Colaborativo GreenCoLab. Proposto pelo Centro de Ciências do Mar da UAlg, o GreenCoLab tem como parceiros o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e quatro empresas portuguesas com longo historial em biotecnologia de algas: Allmicroalgae, Necton, Algaplus e Sparos.

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